Na Antiguidade
As celebrações no mês de junho eram realizadas muito antes da era de Cristo.
O povos antigos (gregos, egípcios, celtas) já celebravam a fertilidade das colheitas com fogos, bebidas e comidas.
Na Idade Média
O ritual pagão foi incorporado ao calendário cristão para facilitar a catequese e esvaziar suas comemorações. Os rituais foram trazidos por portugueses ao Brasil Colonial, mas houve a contribuição dos espanhóis, holandeses e franceses dando origem a diversos tipos de celebrações.
A miscigenação étnica entre indígenas, africanos escravizados e europeus brotou no país uma série de expressões artísticas como cantorias de viola e cordéis, emboladas de coco e cirandas, xote, xaxado e baião, quadrilhas e forrós.
A Quadrilha (do francês quadrille) é assim chamada porque era dançada por quatro pares.
A quadrilha teve origem na Inglaterra no século XVIII com uma dança chamada contradance. Devido à "Guerra dos Cem Anos" entre franceses e ingleses acabou sendo incorporada e adaptada à cultura francesa. Com a disseminação na Europa chegou a Portugal e se popularizou no Brasil a partir do século XIX por influência da corte portuguesa.
No Brasil a quadrilha era dançada nos grandes salões de festa na época da monarquia. Os passos e comandos gritados se espalharam da corte Imperial aos sertões.
Com a República os elementos ligados a corte portuguesa são recusados pela elite. A prática da dança começou a se manter nas populações rurais onde se dançavam celebrando a colheita do milho.
No começo do século XIX a dança, já popularizada no Brasil, se misturou com as manifestações brasileiras.
Assim, a dança típica das festas juninas tem referências caipiras e matutas. Nos anos 20 e 30 do século XX, devido as secas inicia-se a migração de pessoas simples do interior que trazem sua cultura e danças típicas, uma delas era a quadrilha.
O casamento caipira que antecede a dança foi encorporado ao longo dos anos. É uma sátira aos casamentos forçados que eram comuns na época quando a noiva ficava grávida antes de casar.
Um dos resquícios franceses são os comandos do anúncio dos passos da coreografia com o abrasileiramento de termos franceses.
Passos e comandos mais utilizados na dança da quadrilha:
Balancê - balanço do corpo no ritmo da música sem sair do lugar;
Anavan (en avant) - avante, caminhar balançando os braços;
Returnê (returner)- voltar aos seus lugares;
Passos da dança:
Cada cavalheiro fica em frente à sua dama. Balancê é o primeiro comando.
Cavalheiros Cumprimentam às damas;
Damas cumprimentam os cavalheiros levantando levemente a barra da saia;
Damas e cavalheiros trocam de lado;
Grande passeio. Cada cavalheiro dá a mão direita a sua dama e passeiam em grande círculo no ritmo da música;
Troca de dama - Cavalheiro passa por todas as damas até retornar a sua parceira;
Troca de cavalheiro - o mesmo para as damas;
O Túnel - Os casais de mãos dadas, vão andando em fila. O casal da frente levanta os braços formando um arco. O segundo casal passa por baixo e levanta os braços para o próximo casal passar até que todos tenham passado pela ponte;
Anavan (alavantu) - a dama e o cavalheiro dançam. Após uma volta, a dama passa a dançar com o cavalheiro da frente até que tenha dançado com todos os cavalheiros;
Anarriê (enarrière) - casais vão para trás;
Caminho da roça - Cada dama a frente do parceiro;
Olha a cobra - caminham em sentido contrário evitando o perigo;
É mentira - damas e cavalheiros voltam a caminhar pela direita. Era alarme falso;
Caracol - O primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol;
Desviar - Executa o caracol ao contrário, até todos estarem em linha reta;
A grande roda - saindo do caracol forma-se uma grande roda que se movimenta, sempre de mãos dadas, à direita e à esquerda como for pedido. Duas rodas, as mulheres vão ao centro dando as mãos. Duas rodas cavalheiros para dentro, acontece o inverso;
Coroar damas - Damas ao centro, os cavalheiros de mãos dadas, erguem os braços sobre as cabeças das damas e as enlaçam pela cintura;
Duas rodas - as damas levantam os braços, abaixando em seguida. Continuam de mãos dadas mantendo a roda;
Reformar a grande roda - Os cavalheiros caminham de costas , se colocando entre as damas. Todos se dão as mãos. A roda gira para a direita ou para esquerda, segundo o comando;
Despedida - Os pares se formam novamente e em fila saem acenando para o público. A quadrilha está encerrada.
Na maioria das festas juninas após o encerramento da quadrilha, os músicos continuam tocando e o espaço é liberado para os casais que queiram dançar.
Fonte:
brasildefatopb.com.br
infoescola.com
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ufs.br
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