O Feriado 9 de julho homenageia os paulistas que lutaram pela restauração da democracia e por uma nova constituição no ano de 1932.
Considerado o maior evento cívico do Estado de São Paulo, A Revolução Constitucionalista de 1932 remonta às divergências existentes entre São Paulo e o regime do então presidente Getúlio Vargas .
Em 1930, após o presidente Washington Luís, prestes a passar seu mandato para o presidente eleito, Júlio Prestes, ser deposto, Getúlio foi empossado para o cargo no Governo Provisório, em que ele possuía amplos poderes.
Getúlio anulou a Constituição vigente e nomeou interventores para os Estados. O Estado de São Paulo começou a ser governado por um tenente de outro Estado, o que desagradou os paulistas, que com manifestações e comícios, passaram a lutar pela derrubada de Getúlio e a criação de uma nova Constituição.
Mas foi a morte de cinco estudantes que levou à união de diversos setores ao conflito armado, na luta pelo fim do Governo Provisório.
Mas foi a morte de cinco estudantes que levou à união de diversos setores ao conflito armado, na luta pelo fim do Governo Provisório.
No total, foram 87 dias de combates ( de 9 de julho a 14 de outubro de 1932 - sendo os últimos dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior de São Paulo sofreram danos devido aos combates.
Segundo Roberto Pompeu de Toledo em artigo da Veja de 13/06/2012 o escritor Mário de Andrade escreveu em 24 de fevereiro de 1932 "Toda a gente da rua se dirigia pro comício".
Carlos Drummond de Andrade era assessor do secretário da Justiça de Minas Gerais, Gustavo Capanema, e visitou o Túnel Ferroviário da Mantiqueira, local de longa batalha na divisa entre Minas e São Paulo.
Personalidades da época:
Coronel Euclides Figueiredo, pai do futuro presidente João Figueiredo, era carioca, mas aliou-se aos paulistas.
Lindolfo Collor, avô do futuro presidente Fernando Collor.
General Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso - tio-avô do futuro presidente Fernando Henrique Cardoso (ministro da Guerra de Getúlio Vargas.
Capitão Dilermando de Assis (que ficou na história como o homem que matou Euclides da Cunha, autor de Os Sertões. Ele criticava as requisições de bens particulares para apoiar a guerra.
José Vicente de Faria Lima, da força aérea que chegou a brigadeiro e futuro prefeito de São Paulo, na época, encarregado de bombardeio da aviação governista contra os paulistas.
Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, com a saúde física e mental abalada, no dia 23 de julho enforcou-se com uma gravata numa casa alugada no balneário do Guarujá. Dia 14 de julho redigira um apelo pela paz: "Somente pela lei magna, os problemas nacionais poderiam ser resolvidos", interpretado como apoio a causa paulista.
Romances que abordam a Revolução de 1932
A guerra no Setor Norte de José Ben-Hur de Escobar Ferraz;
Tenente Pacífico de Waldo Cesar;
Rio de Lágrimas de Giuliano Pereira D´Abronzo (Aborda a Revolução de 1932 como pano de fundo para a história de D´Ábronzo); Romance com referência a fatos e eventos históricos
O Inverno de 1932 de Ana Figueiredo (Foca em um período específico da revolução)
A locomotiva: outra face da revolução de 1932 de Afonso Schmidt (explora a relação entre a revolução e a cidade de São Paulo); foca na experiência de jovens paulistas que participaram da revolta mostrando o impacto do conflito em suas vidas e na sociedade da época.
M. D. C - Benjamim de Oliveira Filho
Fonte: prefeitura.sp.gov.br/webcultura
Revista Veja: 13/06/2012. p 142
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